domingo, 19 de agosto de 2012

As dúvidas que ficaram dos Jogos Olímpicos 2012

O que faziam minis telecomandados em pleno Estádio Olímpico? Por que é que Hong Kong participou se é território da China desde 1997? E a chama olímpica, vai continuar acesa até aos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016? Terminada a edição de Londres 2012, o SOL esclarece estas e outras dúvidas sobre o maior evento desportivo do planeta. Por que são as ginastas tão pequenas? Desde logo porque as mais baixas tendem a ser melhores, por terem um centro de gravidade mais apropriado à modalidade. E também por iniciarem os treinos intensivos entre os três e os seis anos, o que lhes atrasa a puberdade, uma das fases de desenvolvimento em que o crescimento é mais acelerado. A que propósito se viram minis telecomandados no Estádio Olímpico? Para facilitar o transporte do disco e do dardo após os lançamentos (por vezes a mais de 80 metros), a organização criou um conceito inovador: o objecto lançado era colocado em cima de um carro teleguiado e devolvido ao dono numa questão de segundos. Bastava acelerar com o comando à distância. Onde urinam os maratonistas? Pelas pernas abaixo. Já os nadadores fazem-no na piscina, quando aparece a vontade, como admitiu Michael Phelps. «O cloro mata tudo», justificou o norte-americano, que se tornou o atleta mais medalhado da história olímpica. Por que é que os países da Grã-Bretanha não competem em separado? Porque em modalidades como o futebol ou o râguebi, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte estão inscritos individualmente nas federações internacionais. Mas no Comité Olímpico Internacional (COI) apenas está registada a Grã-Bretanha. A Irlanda do Norte não faz parte da ilha, mas integra o mesmo comité. Por isso a selecção olímpica junta os quatro países. E como é que Hong Kong participa? Não é território chinês? É. Mas é governado através de um regime autónomo, sem vínculo aos padrões sociais e económicos vigentes no resto da China. Faz tudo parte do acordo de transferência de soberania com a Inglaterra, em 1997, que preservará este estatuto por 50 anos. O seu comité olímpico é reconhecido pelo COI – ao contrário do de Macau, que por isso não levou atletas a Londres. Estiveram presentes todos os países do mundo? Sim. Mas nem todas as 204 delegações representaram um país, como Hong Kong e não só. Guam, no Oceano Pacífico, ou Porto Rico, no Caribe, são territórios dos Estados Unidos, mas estão inscritos no COI e participaram como se fossem um país. Já as Ilhas Faroé, que pertencem à Dinamarca, ou a Nova Caledónia, da França, ficaram de fora. Havendo marcas mínimas para se obter a qualificação olímpica, por que surgem atletas que têm desempenhos tão fracos, como o remador do Níger que nem remar sabia? Tendo em vista uma participação cada vez mais global, o COI convida alguns países sem atletas qualificados por via das marcas realizadas. Todas as delegações estiveram representadas por homens e mulheres? O objectivo era que assim tivesse acontecido pela primeira vez, mas Barbados, Nauru e Saint Kitts e Nevis só levaram homens e o Butão e o Chade apenas mulheres. Por que razão os atletas nascidos num país são autorizados a competir por outro? A regra 41 da Carta Olímpica só exige que tenham a nacionalidade do país que vão representar. Houve muitos nestas condições em Londres – só os Estados Unidos levaram 40, incluindo Leo Manzano, que nasceu no México e ganhou o ouro nos 1500 metros de atletismo. Os atletas podem representar países diferentes em duas edições? No futebol, a FIFA não deixa. Mas o COI é bem mais flexível. Basta terem a nacionalidade desse país que até podem defender uma bandeira diferente a cada quatro anos. A cavaleira Luciana Moniz, por exemplo, competiu pelo Brasil em Pequim e por Portugal em Londres. Por que se depilam os nadadores e os ciclistas? Os nadadores para combaterem a resistência à água e deslizarem melhor na piscina. Os ciclistas para curarem melhor as feridas em caso de queda. O que é preciso para uma modalidade se tornar olímpica? Tem de ser reconhecida por uma federação internacional que adopte os princípios olímpicos, ser amplamente praticada a nível mundial e ser recomendada pela Comissão de Programa Olímpico do COI. O golfe e o râguebi de sete serão modalidades de demonstração em 2016 e 2020, aproveitando as vagas deixadas pelo basebol e softbol, que já não estiveram em Londres. No máximo só podem existir 28 desportos em cada edição dos Jogos e a quota está preenchida. Quem foram os mais baixos em prova? O halterofilista de Tuvalu, no Pacífico, Lapua Lapua, com 1,40 metros (12.º na categoria de 62kg). E a velocista da Jamaica Schillonie Calvert, com 1,35m (medalha de prata na estafeta de 4x100 metros). E os mais altos? Os basquetebolistas chineses Zhaoxu Zhang, com 2,21 metros (10 pontos marcados em cinco derrotas), e Wei Wei, com 2,07m (9 pontos em três vitórias e três derrotas). E os mais gordos? O judoca Ricardo Blas Jr., de Guam, com 218 quilos (eliminado na 2.ª ronda da categoria de +100kg) e a halterofilista norte-americana Holley Mangold, com 157 quilos (10.º na prova de +75kg). E os mais magros? Os chineses Yuan Cao, de 42 quilos, e Yadan Hu, de 36. Ele conquistou o ouro nos saltos para a água sincronizados, em plataforma a 10 metros. Ela foi nona na mesma prova, mas individual. A chama olímpica vai ficar acesa? Não. Voltará a ser acendida em Olímpia, na Grécia, a poucos meses dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Os primeiros raios do Sol desse dia serão reflectidos num espelho côncavo e o azeite ali espalhado ateará a nova chama. A primeira tocha olímpica ardeu na edição de 1928, em Amesterdão. Qual será o destino das pétalas que formaram a tocha em Londres? Cada uma representava uma delegação e serão distribuídas pelas 204 que estiveram em Londres. Foram distribuídos 150 mil preservativos na aldeia olímpica, um novo recorde. O sexo tornou-se modalidade olímpica? Não. Foi só uma acção de marketing de uma marca de preservativos. Que muitos terão aproveitado. Segundo a estimativa do nadador norte-americano Ryan Lochte, com passagens anteriores por Atenas-2004 e Pequim-2008, mais de 70% dos atletas têm sexo na aldeia olímpica. O que vai acontecer ao mobiliário da aldeia olímpica? Está à venda na internet desde terça-feira, no site remainsofthegames.co.uk. Um caixote do lixo de casa de banho custa três euros, uma mesa-de-cabeceira com duas gavetas que trancam sai a 24 euros, um quarto completo fica a 125 euros. As grávidas podem competir? Podem. E pelo menos uma esteve em Londres: Nur Suryani Mohamad Taibi, da Malásia, foi 34.ª (em 56 participantes) no tiro com carabina a 10 metros, com uma barriga de oito meses – a gravidez mais adiantada de sempre de uma atleta olímpica. Quem eram os ‘ciclistas’ que acompanhavam as provas de remo e canoagem? Eram os treinadores dos atletas. Quais são as únicas modalidades em que os Estados Unidos não conquistaram qualquer medalha? Andebol, badminton e ténis de mesa. Quanto pesam as medalhas de ouro? E são maciças? As de Londres são as maiores e mais pesadas de sempre (375 a 400 gramas). Mas têm uma percentagem muito reduzida do metal mais valioso – 1,34%. O principal ‘ingrediente’ da medalha de ouro é a prata (92,5%) e o resto é cobre. Desde 1912 que não são entregues medalhas de ouro sem outros metais à mistura. Quanto vale uma medalha de ouro? Aos preços actuais, se cada uma das 302 medalhas de ouro distribuídas em Londres fosse só em ouro, o Comité Organizador teria de desembolsar mais de 32 milhões de euros para as adquirir. E cada campeão olímpico levaria para casa mais de 100 mil euros ao peito. Como apenas 1,34% da medalha é ouro (6 gramas), a poupança é gorda: cada uma vale apenas 574 euros. Mesmo assim é a mais valiosa de sempre, por causa dos máximos históricos a que hoje se comercializa o ouro. E as de prata são 100% prata? Não. Têm os mesmos 92,5% deste metal, como as de ouro. Só que sem o ouro. Tudo o resto é cobre. Já as de bronze têm 87% de cobre, 2,5% de zinco e 0,5% de estanho. Quantos atletas estiveram presentes? Cerca de 10 mil e quinhentos. Não há um número oficial exacto. Quem era o mais velho? O japonês Hiroshi Hoketsu, que aos 71 anos concluiu a prova hípica de ensino no 40.º lugar. O mesmo que alcançou na sua estreia em Jogos Olímpicos, em 1964, mas na competição de saltos de obstáculos. E o mais novo? A nadadora Adzo Kpossi, do Togo. Com 13 anos, participou nas eliminatórias dos 50 metros livres. Marcaram presença outros 32 atletas com menos de 15 anos. Alguém acusou doping? Só a bielorrussa Nadzeya Ostapchuck, que perdeu o ouro no lançamento do peso, por ter testado positivo, para a neozelandesa Valerie Adams. Mas ainda não estão apurados os resultados dos mais de cinco mil controlos. Usain Bolt 4 x 100 Jamaica

Sem comentários: