Uma grave seca no Quénia obrigou os responsáveis pelos parques nacionais do país a capturar e transferir gnus e zebras de vários locais para o Parque Nacional Amboseli, com o intuito de aumentar a oferta de presas para os leões e as hienas. É que, nos últimos tempos, estes começaram a atacar o gado doméstico por falta de presas, o que tem provocado violentas reacções por parte das populações da região do parque, que tentam proteger os seus parcos bens, neste caso o gado.
A violenta seca, a mais grave dos últimos 26 anos, já levou a uma redução dos rebanhos em cerca de 80%, e a falta de presas veio assim agudizar a crise alimentar das populações.
Nos últimos três anos, o alimento disponível para os grandes predadores caiu drasticamente. As zebras ficaram reduzidas a um terço e os gnus a um quarto dos animais que tinham sido recenseados em 2007 no parque, estimando-se nessa altura existirem cerca de 12500 gnus e cerca de 7000 zebras.
O plano, que para ser posto em prática acarreta um custo de cerca de um milhão de euros, consiste na deslocação de algumas centenas de zebras e gnus de outros locais, onde a seca não se fez sentir com a mesma intensidade, para este parque, reequilibrando o número de presas com o de predadores e baixando assim a possibilidade de conflito com as populações.
Para realizar a operação, foi criada uma equipa de 26 pessoas que fará todo o trabalho que for necessário, desde o cerco das manadas com helicóptero, a captura dos animais para camiões, o transporte e o processo de libertação final.
Os safaris para observação de animais selvagens são uma das principais actividades do Quénia, e os responsáveis pelo turismo temem que o desaparecimento dos grandes predadores traga consequências graves no equilíbrio que se conseguiu, entre a protecção da vida selvagem e a entrada de divisas estrangeiras provenientes dos milhares de turistas que todos os anos acorrem ao Quénia para a observar.
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