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domingo, 26 de outubro de 2008
HISTÓRIA DO DIA nº39 Os Zepeninos e Nós ( VER MAIS EM www.historiadodia.pt)
Os Zepeninos e Nós
António Torrado
escreveu
Cristina Malaquias
ilustrou
O planeta Zepeni, escondido, algures, numa curva do Universo imenso, à esquerda de quem sobe, é muito pequenino.
Nenhum astrónomo da Terra ainda deu com ele, mas existe. Não é invenção minha.
Os habitantes de Zepeni estão muito desenvolvidos.
Deslocam-se pelo espaço a velocidades incalculáveis, numa espécie de discos voadores do tamanho de rolhas de cortiça, porque os zepeninos, a condizer com o planeta onde vivem, não são de grande estatura. Talvez do tamanho de joaninhas ou pouco mais ou menos.
Todos usam uns fatos luminosos, que lhes permitem explorar os sítios mais obscuros. Os zepeninos são muito empreendedores e viajados.
Uma vez, nas suas viagens de exploração pelo Universo, tocaram a Terra. Foi numa destas noites de Verão.
O disco voador em que eles vinham aterrou à beira de um laguinho de jardim.
Com alguma prudência, três zepeninos desembarcaram.
- Este planeta não deve ser habitado - calculou um deles, perante o silêncio da noite.
Outro dos zepeninos acrescentou:
- Estamos no litoral de um enorme mar, que passará a chamar-se Mar da Tranquilidade.
Era o laguinho do jardim, já se vê.
Uma rã perto deu-lhe para coaxar.
- Cuidado!
Afinal este planeta tem monstros.
Os três zepeninos puseram-se na defensiva e avisaram a nave para estar alerta.
Atraídos pelo brilho dos fatos dos zepeninos, aproximaram-se mosquitos.
- Estamos a ser atacados por aves terríveis.
Uns pirilampos, intrigados com aqueles bichinhos alarmados, sobrevoaram-nos, num voo lento.
- Além de ter monstros, o planeta sempre é habitado. São parecidos connosco, mas não comunicam na mesma onda de pensamento.
Fosse como fosse, os zepeninos tentaram explicar aos pirilampos donde vinham, quem eram e o interesse exclusivamente científico das suas viagens pelo Universo.
Depois, porque ao coaxar da primeira rã outras rãs responderam, a barulheira tornou-se insuportável.
Muito sensatamente, os três zepeninos resolveram regressar à nave.
- Descolar! - ordenou o comandante do disco voador.
E o disco voador do tamanho de uma rolha de cortiça subiu ao céu.
Lá dentro, os três zepeninos exploradores completavam o relatório de viagem:
"Visitámos um planeta muito primitivo.
Os seus habitantes principais possuem algumas semelhanças connosco, deslocam-se pelo ar, mas estão cientificamente muito atrasados. Ainda têm de sofrer muitas mutações antes de nos chegarem aos calcanhares."
Até talvez, no fundo, os zepeninos tenham alguma razão.
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